Constelações familiares
Por Maria Goreti Miguel Santos
Facilitadora de Constelações Familiares
A Constelação Familiar Sistêmica é uma breve terapia orientada pelas soluções que se apresentam. “Nelas acontece, em pouco tempo, algo visível e imediatamente compreensível, que toca uma necessidade pessoal, inserindo-a num contexto essencial de fatos e relações, de maneira clara e frequentemente liberadora.” (2007, pg.10 )
Bert Hellinger (1925-2019) desenvolveu a teoria tendo como percursores: Jakob Moreno (1889-1974), Ivan Boszormenyi-Nagy (1920-2007) e Virgínia Satir(1916-1988) entre outros.
Conforme descrito por Hellinger, estamos vinculados a lealdade do nosso sistema familiar. Essas lealdades podem ser observadas em padrões repetitivos ou sentimentos adotados, que podem causar dor e sofrimento. São processos inconscientes, mas que podem serem levados à luz por meio das Constelações Familiares.
Estamos vinculados a acontecimentos importantes da família embora tenha acontecido num passado remoto. Revivemos sentimentos e emoções sem encontrar uma explicação. É comum encontrarmos pessoas que não conseguem identificar de onde vem tais sentimentos.
Exemplo:
Mas você tem tudo que a vida pode te dar, por que se sente e desanimado e com medo? Medo do quê? Você tem tudo!
No exemplo acima, as Constelações familiares podem ajudar a identificar como estamos revivendo sem necessidade própria, questões familiares não pacificadas, como se a repetição pudesse reconciliar e trazer paz. O padrão de repetição ou um sentimento não adequado é um indício que algo precisa ser olhado no sistema familiar, chamamos de emaranhamento.
Quando o emaranhamento é identificado e a ordem é reordenada, o indivíduo é libertado e olha para o seu destino sem o peso da compensação que carregava.
Estamos vinculados a totalidade da existência individual e coletiva. Hellinger chamava de consciência individual e a consciência coletiva. Recebemos informações da consciência coletiva, pois existe um amor profundo e inconsciente (um amor cego) que busca incluir todos por meio de uma compensação sistêmica dentro do clã familiar.
Quem faz parte do Sistema Familiar? Pais, avós, irmãos, filhos, parceiros anteriores importantes. Esses fazem parte do seu sistema familiar e podem estar vivos ainda ou não. Todos fazem parte, como uma teia de ligação, onde cada ponto é um membro e assim caso um falte um, a teia não tem a mesma eficiência. Todos devem ser reconhecidos e incluídos para que o sistema tenha harmonia e paz.
Conseguiu se identificar com alguns princípios da Constelação Familiar?
No próximo texto abordaremos as três ordens do amor: pertencimento, hierarquia e equilíbrio entre o dar e tomar. Te espero lá!
Bibliografia consultada:
Hellinger, B. As ordens do amor: Um Guia Para o Trabalho com Constelações Familiares; tradução Newton de Araujo Queiroz. São Paulo. Cultrix, 2007.
Schneider, J. R. A prática das constelações familiares; tradução de Newton A. Queiroz. - Patos de Minas, MG. Atman, 2007.
Hellinger, B. Meu trabalho. Minha vida. A autobiografia do criador das Constelações Familiares/ com Hanne-Lore Heilmann; tradução Karina Jannini. São Paulo. Cultrix, 2020.
____. A fonte não precisa perguntar pelo caminho: tradução Eloisa G. Tironi & Tsuyuko Jinno-Spelter. Belo Horizonte, MG. Atman, 2019.
Franke, U. Quando fecho os olhos vejo você; as constelações familiares no atendimento individual e aconselhamento: um guia para a prática; traducação Tsuyuko Jinno-Spelter. Belo Horizonte, MG. Atman, 2019.




